Bem vindos!

Sejam bem vindos a esse humilde espaço virtual, estou iniciando no mundo dos blogs, e confesso que às vezes fico um tanto quanto perdido. Mas conseguir se perder pode ser algo muito interessante e valioso, ao menos na perspectiva de Massimo Canevacci, antropólogo e crítico de arte renomado, o italiano afirma que quando teve de sair de sua terra natal para enfrentar a megalópole São Paulo, precisou perde-se, como recorda o autor “Perder-me não somente no sentido psicogeográfico, mas perder-me no sentido teórico, conceitual, corporal. Esse foi um período para mim em grande parte de crise e em parte de uma riqueza infinita: perder-me foi uma experiência dura, mas que manifestava um enorme prazer.” (CANEVACCI, 2009, p. 11) Então, na verdade, estou buscando perder antigos paradigmas, ou pelo menos perder minha limitação frente aos novos desafios, conquistando assim um pensamento e uma conduta efetivamente autônoma.

Os objetivos principais desse blog são, discussões sobre possibilidades de interatividade na educação, sobretudo na área de história e ciências sociais, a interação com alunos que estarei ministrando aulas em 2011 e a promoção de debates sobre diversos assuntos voltados às ciências sociais. Convido todos os visitantes para a troca de idéias, informações, projetos, enfim tudo que possa contribuir para o crescimento intelectual nesse mundo informatizado.

Obs. A referência bibliográfica completa do autor citado está disponível em: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/signosdoconsumo/article/viewFile/6586/6588 acessado em 31/01/2011.

domingo, 13 de março de 2011

Alguns parágrafos do artigo 5° de nossa Constituição. Para os estudantes do sexto ano e aos demais interessados.




TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm 
acessado em 13/03/11
 Peço aos estudantes de sexto ano que após a leitura dessa carta, escrevam um comentário, entre 5 e 10 linhas, relacionando com as questões trabalhadas em sala a respeito do monoteísmo e da diversidade religiosa ao seguinte e-mail, talesvicenzi@gmail.com


Carta do Chefe. Aos estudantes de sexta série e aos demais interessados.



A Carta do Chefe Seattle, em 1855

Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:

    "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
    Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
    Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
    Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

<http://www.culturabrasil.pro.br/seattle1.htm> acesso em 09/03/2011.
Peço aos estudantes de sexta série que após essa leitura, enviem um comentário entre 5 e 10 linhas relacionando o conteúdo dessa carta com as questões ambientais de nossa realidade contemporânea, para o seguinte e-mail, talesvicenzi@gmail.com

quinta-feira, 3 de março de 2011

Vivenciando a história!



No início desse ano letivo a primeira atividade fora de sala de aula que realizamos com os alunos de Sexto Ano e Sexta Série ocorreu no centro de artes do Colégio Cenecista José Elias Moreira. Inicialmente pensamos em criar uma pequena exposição com o Kit Educativo do Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville – MASJ, com a intenção de levar subsídios materiais ao encontro dos estudantes. Porém, no decorrer do processo de montagem da sala, ficou claro que poderíamos ir além, utilizando sons ambientes para o Sexto Ano, propusemos uma “viagem no tempo” aos alunos e alunas por meio da imaginação, o resultado foi muito interessante, um dos relatos que mais chamou a atenção, foi de um jovem aprendiz que afirmou ter imaginado estar entre os sambaquianos, assando um peixe em uma fogueira depois de uma pescaria, nos moldes pré-históricos é claro. Por outro lado, a Sexta Série experimentou uma vivência filosófica com a música “canto para minha morte” de Raul Seixas, a intenção foi demonstrar como diversas culturas dão significados diferentes para a questão da morte, mas no final das contas, todos os povos procuram responder a uma questão básica, ou seja, “para onde vamos?” Espero que essa ação tenha contribuído para a construção de novos conhecimentos, bem como para a compreensão dos conteúdos trabalhados em sala de aula. Nossa intenção é proporcionar mais momentos como esse, para que a história se torne mais interessante a cada dia. Muito obrigado à equipe do centro de artes, em especial à professora Eliane Day que apoiou o projeto desde o início, à Márcia e ao André que cuidaram da cenografia com muita agilidade e ao professor Amarildo que também colaborou com sua visão cênica. Muito obrigado também ao setor de Marketing de nossa instituição que registrou esse processo, e é claro, um agradecimento especial aos alunos e alunas que participaram de maneira entusiasmada, sem vocês nada teria sentido! Um grande abraço.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Interatividade e educação.


É evidente que as novas tecnologias estão influenciando e transformando as experiências de interação entre os indivíduos nas sociedades, se há 20 anos, internet e telefonia móvel eram expressões estranhas e pouco conhecidas, no século XXI, já no início de sua segunda década, a interação virtual é uma realidade que cresce a cada dia. Isso significa que atividades humanas baseadas anteriormente no contato físico, como estudos (professores e alunos em uma sala de aula), trabalho (uma ou mais pessoas em um determinado local executando tarefas rotineiras), entre outras, podem e já acontecem virtualmente. Isso ocorre devido à conectividade que a internet e a telefonia móvel proporcionam, encurtando distâncias e alterando o ritmo das sociedades. Portanto, no contexto escolar, a sala de aula é somente uma das etapas dentro dessa nova realidade, o professor atua como mediador do processo ensino/aprendizagem, e o aluno por meio das tecnologias, sobretudo da internet, pode acessar bancos de dados inimagináveis há duas décadas. Por isso, se propõe a criação de espaços virtuais onde os alunos possam interagir, com os professores, com os colegas e com uma série de conteúdos produzidos pela humanidade, contanto que o professor não deixe de mediar esses processos. Para saber mais sobre esse assunto se recomenda o seguinte endereço virtual: http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm

Aprendendo e vivendo...

O senso comum pode expressar muitas inverdades, mitos, preconceitos e outros enganos, mas algumas vezes também consegue revelar conhecimentos, que foram construídos com o passar dos anos e transmitidos por meio das gerações. A história, que muitos acreditam ser algo entediante ou assunto apenas de doutores, também pode recorrer a essa sabedoria popular. Afinal, já sabemos que o passado da humanidade não foi escrito somente por generais, reis, conquistadores, mas também, e de certa maneira principalmente, a história foi e continua sendo escrita todos os dias, por todos os seres humanos. Com consciência ou não, como cantavam Renato Teixeira e Almir Sater, "Cada um de nós compõe a sua historia". Se você estiver motivado, deixe o seu recado sobre esse assunto.